O vaso quebrado era você

O vaso quebrado era você
O vaso que o oleiro fazia quebrou-se em suas mãos

O Oleiro reviveu em segundos o caminho que percorreu 

para pegar do barreiro o barro com o qual

tão amavelmente moldaria o vaso.

O barro que Ele havia escolhido era terra seca e cheia de

pedregulhos,seus torrões ásperos não tinham liga.

era de uma cor sem enfase;nada havia de admirável nele.

havia sido refugio de animais peçonhentos,vestígios de 

escrementos tornaram-no impuro.

O Oleiro recolheu o barro;peneirou o barro;tirou dele todas 

as impurezas;colocou no barro a agua e calmamente o amassou

amassou.amassou;até que ficasse em ponto de coloca-lo na roda.

O Oleiro não parou seu trabalho até que o barro sem valor 

na roda fosse transformado em objeto útil para o propósito pelo qual o 

havia criado;

O Oleiro rodou rodou;moldou; tirou as arestas;fez de uma massa informe

algo bonito de ser visto e útil de ser usado.;quando seu trabalho estava findado

o vaso que tão carinhosamente teceu quebrou-se em suas mãos.

O Oleiro olhou o vaso quebrado;estava desfigurado;rachara-se

se não fora Ele um oleiro cheio de misericórdia já o teria descartado

então seria usado o vaso quebrado para trabalhos sem honrra;

porem o Oleiro se lembrou  de toda trajetória que fizera para colher 

escolher e purificar o barro ;e gentilmente o recolheu; molhou o vaso disforme 

quebrado e sem valor e começou novamente todo o trabalho na roda

até que por fim eis o vaso perfeito;sem arestas.ou rachaduras ;lindo e útil;

Este vaso quebrado era você.
Numa terra seca ele te viu.impuro e sem honrra

Eras um punhado de terra  cheio de pedras,sem utilidade e sem valor.

Quando nas maõs do oleiro quebrastes ;pelos teus pecados trincastes

 Rachado fostes pelas mãos do maligno,mas o Oleiro; Ele de novo te recolheu;

com amor perfeito te amou,te encheu de virtudes e com roupas de príncipe te vestiu.

Te vedou com os dons Espirito Santo;derramou em teu interior o oleo da unção

e agora ja em regiões celestiais habitas.
Que mais posso fazer por voce que ja eu não tenha feito?
Acaso a minha graça ja não te basta ó bichinho de jacó?

Angel Tarso